O que estou fazendo aqui?

Se alguém me perguntar porque eu criei um blog em 2023 eu não vou ter uma resposta que faça muito sentido do ponto de vista da comunicação focada em resultados. Hoje o mundo parece preferir consumir qualquer tipo de conteúdo em vídeo ou de alguma forma mais interativa (saudades de quando eu fazia uma busca sobre como fazer alguma coisa e conseguia ler um texto ao invés de ter que assistir vídeos no YouTube). O tempo dos blogs parece ter ficado para trás, não só como formato, mas também por conta dos conteúdos destruídos pelos incentivos do algoritmo do Google. Mesmo assim achei uma boa ideia começar algo meu, e aqui eu conto meus 4 motivos — organizados assim para facilitar a leitura, e não por motivos SEO.

1. Controle sobre o que é meu na Internet

Eu percebi que já estive em muitas plataformas diferentes nos meus anos vivendo na Internet. Quem também está aqui há mais tempo sabe: algumas coisas legais que criamos vão ficando para trás porque essas plataformas fecham, mudam seus modelos de negócio, ou simplesmente se esvaziam quando uma outra mais nova e mais brilhante aparece. Por isso, queria ter alguma coisa minha, um lugar onde eu tivesse mais controle.

Nesse espaço eu consigo fazer um backup de todo o site no meu computador quando eu desejar, e se um dia cansar de ter que manter ele online posso ter uma cópia de tudo o que ele já foi um dia em um HD. O que está aqui agora é meu e eu tenho mais controle sobre isso do que qualquer plataforma.

2. Curadoria

Outra razão para criar esse blog foi inspirada por um professor de economia que tive durante o mestrado. Ele mantinha o próprio blog há mais de uma década, algo com um template simples dos primeiros dias do WordPress com inúmeros posts de temas que iam desde a análise de livros e artigos, até como fazer um pão caseiro. Ele publicava listas de leitura, resumos, e programas de aula, e também compartilhava em algumas palavras tudo de interessante que encontrava pela Internet que acreditava que seria útil para seus alunos. Todo o material que ele comentava em alguma aula vinha seguido de um “isso está disponível no meu blog”.

Em uma conversa amigável, ele me disse que gostava de manter o site como um histórico, até uma forma pessoal de navegar todas as coisas que ele tinha encontrado pelo caminho. Falou sobre como a vida acadêmica às vezes também envolve ler e criar muitos textos que às vezes nunca verão a luz do dia, e ele achava que colocando esses materiais online alguém podia ter alguma utilidade para eles.

Não tenho a pretenção de me tornar um professor e de usar esse espaço exatamente da mesma forma, mas gosto da ideia de tem um cantinho meu nessa Internet onde posso compartilhar algumas coisas que achei enquanto pesquisava, compilar ideias sobre temas que vejo no trabalho, ou até compartilhar algo que estou fazendo ou já fiz. O que me leva para o próximo ponto.

3. Um museu de grandes novidades

Eu cresci quando a Internet começava a se popularizar e entrar nas casas dos brasileiros. Quando criança ainda tive poucas chances de me conectar na Internet discada, mas quando a banda larga finalmente chegou vi um mundo de possibilidades. Com o tempo fui aprendendo a criar, fiz alguns sites (Front Page, HPG, e afins), coloquei trabalhos que estava fazendo em portfólios online, iniciei projetos pessoais e alguns até com pretenção mais séria. Alguns deles ainda estão espalhados por aí, enquanto outros mal sobrevivem em backups que fiz antes que saíssem do ar.

Quero aproveitar esse espaço também para compartilhar algumas dessas coisas, conectar aquelas que ainda estão online e republicar algumas das que já foram removidas. Além disso, quero contar um pouco da história desses projetos e ideias—algo mais interessante para mim mesmo, um exercício em entender o que ficou para trás.

Do mesmo jeito, hoje continuo fazendo outras coisas. Seja no meu trabalho, na fotografia, ou em projetos paralelos, quero continuar mostrando um pouco do que me interessa. Talvez alguém pode achar isso útil, mas do contrário é mais um jeito de me manter incentivado.

4. Continue criando

Sempre gostei de escrever, apesar de nunca ter sido muito bom nisso. Quando era criança gostava de inventar histórias sobre personagens e coisas que já conhecia dos desenhos que assistia ou dos jogos que jogava. Naquela época eu não fazia ideia do que era fanfic, e quando descobri que algo assim existia já tinha mudado de foco completamente (então você não vai encontrar nada disso por aqui). Quando fiquei mais velho comecei a focar em criação para games, e depois mudei para o jornalismo que guia meu trabalho até hoje. Mas ainda tenho vontade de escrever sobre coisas além do que tenho que entregar no meu dia a dia, algo mais pessoal, mais livre.

Nos últimos anos também tenho me envolvido cada vez mais com a fotografia, desde as aulas de fotojornalismo na faculdade, até as longas viagens que faço quando o tempo me permite. Algumas dessas fotos estão em quadros aqui em casa, em fundos de tela do meu computador, e outras até em bancos de imagem. Mas gosto de contar a história que acompanha elas, o que me mantém incentivado a continuar aprendendo. Quero continuar criando.

Você ainda está aí?

Talvez esse texto de quase mil palavras não seja nada interessante para você, e ficaria surpreso de saber que você chegou até aqui. Se esse é o caso, muito obrigado por aguentar meus devaneios. De qualquer forma, como você deve ter notado, esse espaço não tem nenhuma pretenção de ser um sucesso, de gerar clics, vender publicidade, ou nada do tipo. É só o meu cantinho pessoal na Internet, e tudo o que vem pela frente vai ser mais ou menos assim.

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